quinta-feira, 6 de maio de 2010

Desejo


Desejo me embriagar com o álcool que de seu corpo escorre,
suor, fruto do gozo da dor.
Desejo nadar em um céu vermelho de raiva.
Desejo caminhar sobre um mar calmo, porém escuro, por ser tão sozinho
Desejo um corpo que me sirva de alimento
Desejo um cálice, e que nele esteja toda a sua pureza
Desejo que metade do mundo seja apenas luz, e que do resto eu possa ser Rei
Desejo chorar até que meu corpo possa absorver a felicidade alheia
Desejo que minha mente insana traga-me toda a fantasia, e que mate essa "falsa realidade"
Desejo ouvir a mais bela das músicas, e que seja composta por seus gemidos de dor e de prazer
Desejo a mais linda das flores, e seu cheiro de vida nova, cheiro da morte próxima
Desejo saborear sua alma repleta de impurezas, recheada de bondade
Desejo beber um vinho acompanhado de sua presença, Dama de toda a escuridão, senhora das sombras, rainha de meu império
Talvez eu deseje apenas enxergar, um rosto, uma pessoa, uma alma...”
Talvez eu só deseje Lembrar de meus "desejos", e perceber que tudo isto é loucura
A verdade é que desejo que tudo se torne um grande Nada, e que neste imenso vazio, você esteja ao lado para me guiar...

Sangue


E pelo seu corpo escorre tão vermelho tecido.
Vermelho como a fúria que a pouco corria em suas veias.
Desliza com textura fluida e contorna os seus traços.
E ,pelo seu rosto, segue enquanto seus olhos aos poucos se fecham.

Vai pelo chão manchando o tapete persa de vermelho.
Chegando aos cacos da garrafa de vinho, antes atirada contra a parede.
O carpete ,antes azul, torna-se rubro como a paixão.
Paixão que antes sentira e que agora lhe escorre pelas mãos.

Seus ,finos e delicados, dedos tentam inutilmente tapar a ferida.
Porém, de muito mais fundo escorre a dor.
Não das profundezas de seu corpo estirado ao chão,
Mas do âmargo de sua alma retalhada pelo ódio.

E em seu último suspiro imagina o que houve,
E pensa nos momentos felizes que viveu,
E pensa nas tristezas que deixou,
Mas seu último pensamento foi...

...Como é linda esta cor vermelha..

Punhal



No meu coração um sentimento
Na minha mente uma virtude
Em minha alma sofrimento
Em minhas mãos uma atitude.

Pelo prazer estamos sempre buscando
Prazer é sempre o que mais queremos
Pelo prazer estamos sempre pecando
E pelo prazer sempre nos arrependemos.

Sabor de proibido é o que nos atrai
Agimos mal como pessoas irresponsáveis
Na procura sempre por mais e mais
Nos tornamos máquinas insaciáveis.

Uma música a tocar me acalma
Um capuccino tenho nas mãos
Uma bebida aquece minha alma
E um sentimento meu coração.


As minhas culpas já assumi
E pelos meus pecados eu já paguei
Minha liberdade enfim consegui
E os meus méritos eu mesmo conquistei
A minha sina eu já segui
E minha vida já aproveitei...

E Por fim MATE-ME!

O Tempo, É A Morte


O tempo é a morte
É o apagar das luzes
É o badalar dos sinos.
O tempo é o fim
É o fim da paixão
É o fim da beleza
É o fim da visão.
O tempo é o sinal
É o sinal que se apaga
Não é bom nem mau.
O tempo é forte
O tempo é a MORTE
Vão de mãos dadas
Num pacto silencioso
Pelo caminho torto
Tocam todos os mortais
Num toque assombroso
O tempo é a extinção
É o final do mistério
A última morada,
NO CEMITÉRIO

De Mãos Dadas, Com A Morte



“Olhei para ela, e então:
- Dê-me sua mão;
É o que ela me pede

começo a pensar em
qual decisão, devo tomar.
Mas nada vejo
A escuridão me deixa cego
O pedido, então, eu aceito.

Agora me vejo caminhando
De mãos dadas com a morte
Que sensação esquisita
Pois é ela que todos temem

Caminho pelo vale das sombras
Sem nenhum problema
Pois ao meu lado
A morte me guia.
Uma amiga ou uma inimiga?
Ela é apenas indiferente
Pois o que tiver de ser, será.
A alma fica ou vai para outro lugar
Agora eu penso:
- Sou pequeno agora, Uma criança da noite
Que não saberei o que fazer
Quando a morte me soltar
E sozinho irei ter de caminhar


e Então, Um sussurro:
- Chegamos

Atravessei o vale, mas e agora?
A morte ficou; e Eu continuei.
Olhei para trás; tentando ver
alguma coisa
E a morte então me disse:
- Não se preocupe,
Vá para o seu devido lugar
Pois chegará o dia,
Em que voltarei para te buscar